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Morreu nesta terça-feira (11), em Campinas (SP), Carlos Rodrigues Brandão, que viveu por anos em Caldas. O professor, que tinha 83 anos, foi amigo do educador Paulo Freire e era fortemente ligado a suas ideias. Ele deixa dois filhos, três netos, uma vasta obra dedicada à educação popular e também grande legado para muitos goianos, já que atuou por décadas na Universidade Federal de Goiás (UFG) e foi professor visitante na Universidade Estadual de Goiás (UEG).

Formado em psicologia, com mestrado em antropologia e doutorado em ciências sociais, Brandão recebeu em 2015 o título de professor emérito da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

Psicólogo formado pela Universidade Católica do Rio de Janeiro, mestre em antropologia pela Universidade de Brasília, doutor em ciências sociais pela Universidade de São Paulo, fez seus estudos de pós-doutorado junto na Universidade de Perugia (Itália) e na Universidade de Santiago de Compostela (Espanha). Foi professor universitário, também escreveu poesia, literatura e abordou temas como cultura e educação ambiental.

Professor emérito da Unicamp Carlos Rodrigues Brandão morre aos 83 anos — Foto: Unicamp/Divulgação

“Quando saí dos colégios entrei na universidade e nunca mais saí dela. Ainda como estudante, tornei-me um militante ativista junto a movimentos sociais, atuando principalmente através da educação popular. Percorri passo a passo o que costumamos chamar de ‘carreira universitária’. Em 2017, completei 50 anos de vida de professor”, escreveu Brandão, em seu blog “A partilha da vida”.

São dele os livros “O que é Método Paulo Freire”, “O que é educação”, “O que é educação popular” e “O que é Folclore”, da Coleção Primeiros Passos, da Editora Brasiliense. Famosos nos anos 1970 e 1980, os livretos de bolso explicam, em linguagem simples e direta, diferentes áreas do conhecimento.

Ligação com o Sul de Minas

Carlos Rodrigues Brandão tem uma ligação especial com a cidade de Caldas (MG), no Sul de Minas, onde estudou, no início da década de 1990, a tradição das folias de reis.

Em Caldas, Brandão teve contato com o grupo de folia do distrito de Santana. Ele se apaixonou pelo lugar e comprou o sítio “Rosa dos Ventos”, no distrito de Pocinhos do Rio Verde.

Só que o sítio, não era um local qualquer. Nele a pessoa podia entrar e ler, ouvir música e até cozinhar. Ele chamava o lugar de “Casa de Acolhida Solidária”.

Paulo Freire

No centenário de Paulo Freire, em 2021, Carlos Rodrigues Brandão falou sobre sua amizade com o educador em um vídeo gravado para o ‘Pílulas Críticas’, do Sesc. Primeiro, o conheceu ‘por escrito’, quando leu suas obras na universidade. Mais tarde, se conheceram, trabalharam juntos e até viajaram juntos.

Livro ‘Paulo Freire, tantos anos depois’, de Carlos Rodrigues Brandão — Foto: Divulgação

O corpo será cremado às 16h30 desta quarta (12) no Crematório Memorial Bom Pastor, no Cemitério dos Amarais, após uma cerimônia de despedida.

POR: G1 E JORNAL OPÇÃO

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